O governo deve sinalizar nesta semana as linhas finais de algumas iniciativas econômicas para desburocratizar o ambiente de negócios.

O movimento ocorre em um momento em que as previsões do mercado indicam mais um ano de baixo crescimento.

As ações em estudo devem ser implementadas por medida provisória, pois o governo quer impacto imediato na economia.

Estão em análise a modernização do Serviço Nacional do Emprego, mecanismos de incentivo à inovação das empresas brasileiras, novas medidas de desburocratização do ambiente de negócios e novas desregulamentações de alguns setores.

Se for anunciada nesta semana, essas iniciativas podem servir de contraponto às esperadas críticas à reforma da Previdência e ao alto desemprego no país que vão pautar as comemorações do Dia do Trabalho, na quarta-feira.

O governo também quer demonstrar que não está fazendo uma aposta única na aprovação da reforma da Previdência para atrair novos investimentos.

1º de maio

Ato conjunto

A escassez de financiamento pode tirar um pouco do fôlego das críticas das centrais sindicais neste ano. Elas estão planejando um ato conjunto, em São Paulo, para gastar menos.

Em outros tempos, as comemorações do Dia do Trabalho eram monitoradas de perto pelo governo federal, mas na atual conjuntura o palanque dos sindicatos está menos influente.

Apesar disso, as centrais prometem fazer barulho e pressionar o Congresso contra a reforma da Previdência e pretendem iniciar uma mobilização que pode desembocar em uma greve geral em junho.

A pauta da reforma, contudo, encontra divergências. Parte dessas entidades se opõe totalmente à proposta e outras aceitam algumas mudanças nas regras das aposentadorias.

Reforma 1

Apenas nos bastidores

A semana será marcada por negociações nos bastidores sobre a reforma Previdência, uma vez que o Congresso deve ter o funcionamento alterado por conta do feriado da quarta-feira.

Nos próximos dias, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, deve se reunir com o comando da comissão especial da reforma e definir estratégias para acelerar a tramitação do texto.

Será uma semana para ganhar fôlego depois da dura batalha na CCJ.

Reforma 2

Previdência dos Estados

A escolha do deputado Samuel Moreira, do PSDB, para relatar a reforma da Previdência pode ajustar os canais de diálogo com os governadores sobre o tema.

A indicação dele foi negociada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, com a equipe econômica e com alguns chefes de poder estaduais.

Ter governadores perfilados com o relator da reforma na Câmara pode ser um grande trunfo para o governo durante a tramitação. O sucesso da manobra, porém, ainda terá que ser medido nos próximos meses.

Cade

O mercado de gás

As dificuldades do governo para criar mais concorrência no mercado de gás natural no país, hoje monopolizado pela Petrobras, podem ser superadas pela atuação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica.

O Cade e a Petrobras podem fechar um acordo para cancelar uma série de processos que a estatal responde por supostas práticas que inibem a concorrência no setor.

A articulação, ainda em fase inicial, poderia evitar uma série de multas, desde que a Petrobras se comprometesse a vender ativos no setor e liberar o uso de sua rede de infraestrutura de transporte do combustível.

FONTE: FSB Comunicação